O tecido cartilaginoso é abundante em matriz, sendo somente 5% do volume tecidual composto por células. A MEC desse tecido apresenta certa maleabilidade e firmeza devido a presença de glicosaminoglicanos, fibras de colágeno tipo II e proteoglicanos hidratados. Por ser um tecido sem vascularização, a composição da matriz precisa ser preservada, uma vez que possibilita a difusão de nutrientes dos vasos para os condrócitos dispersos no tecido.
Os tipos de cartilagem destoam de acordo com suas características físicas e mecânicas, e são divididos em três:
A matriz é altamente hidratada para permitir a difusão de moléculas da MEC para dentro dos condrócitos ou o caminho oposto. O tecido cartilaginoso hialino sofre constantes renovações a medida que ele é desgastado, sendo os condrócitos as células responsáveis por detectar a situação da matriz e corrigir caso haja alterações na estrutura da matriz. Isso é feito pela responsividade dos condrócitos aos sinais químicos, mecânicos e elétricos liberados na MEC quando há pressão aplicada sobre a cartilagem.
Os condrócitos estão agrupados dentro desse tecido em grupos isógenos. Esses grupos são formados por condrócitos recém divididos ou condroblastos, e a medida que eles produzem e secretam MEC esses grupos e as células se dispersam. Além disso elas podem secretar moléculas que degradam a matriz, metaloproteinases, para que possam crescer e dividir para formar novos grupos. Essas células secretam não somente o colágeno como os proteoglicanos e todos os glicosaminoglicanos presentes no tecido.
Devido a composição desigual da matriz, ela pode ser dividida em três :
A cartilagem hialina é precursora dos ossos por meio do processo de ossificação endocondral. Os ossos longos se formam sobre a cartilagem, quando a maior parte da cartilagem é substituída por osso, uma porção remanescente permite o continuo desenvolvimento ósseo, o disco epifisário, presente nos polos proximais e distais enquanto o osso estiver em crescimento.
O pericôndrio é uma estrutura que circunda a cartilagem hialina, composto por tecido conjuntivo denso não modelado, que corresponde à camada externa e a camada interna há intensa produção de novos condroblastos. No entanto, essa estrutura não existe nas cartilagens articulares, na superfície exposta e a outra está aderida ao osso. A cartilagem articular corresponde ao remanescente da cartilagem hialina que dá origem ao osso, e permanece por toda a vida adulta, mas possui renovação lenta. Ela pode ser dividida em zonas:
Assim como no tecido conjuntivo, a MEC da fibrocartilagem contém alta concentração de fibras colágenas tipo I, e tem alta responsividade aos estímulos mecânicos, reagindo com a secreção de mais fibras na matriz.
A formação da cartilagem hialina se dá pelos nódulos condrogênicos, a união de células mesenquimatosas ou ectomesenquimatosas. As células imediatamente adjacentes aos nódulos formam o pericôndrio.
O crescimento da cartilagem com a deposição de matriz ocorre de duas maneiras responsáveis pelo desenvolvimento global da cartilagem.
A capacidade regenerativa da cartilagem é baixa, principalmente devido a baixa mobilidade dos condrócitos e por ser um tecido avascular. Portanto, a regeneração efetiva no tecido ocorre somente no pericôndrio, onde estão presentes células progenitoras pluripotentes capazes de reverter a lesão.
Calcificação da cartilagem hialina: a matriz extracelular da cartilagem hialina é cristalizada com fosfato e cálcio em três situações: quando a porção da cartilagem está em contato com o osso, como a zona calcificada da cartilagem articular; no processo de ossificação endocondral que ocorre com o desenvolvimento dos ossos longos no indivíduo em crescimento; e no processo de envelhecimento da cartilagem. Os condrócitos excretam os seus resíduos na matriz, e quando ela se torna calcificada, essa difusão é interrompida e as excretas metabólicas são acumuladas nos condrócitos causando sua morte. Após isso, a matriz é substituída por osso.
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Universidade Estadual do Tocantins – UNITINS
2024